quarta-feira, 17 de agosto de 2022
TOCAIA
Caro Amigo,Sertão,lugar de Cabra Valente,
Destemido,cuja a Convivência com a
Morte era Diária,Quando não sé Morria de
Morte Morrida,sé Morria de Morte Matada,
Este era o Final do Jagunço.
Esses Homens cuja a Coragem era Grande,
não tinha medo de morrer,nem tão pouco
de matar,isso era coisas normais na vida
desses Cabras,a morte não lhes assustava,
isso era só uma questão de Tempo.
Lá pelos Idos de 1897,Sertão da Bahia,um
Arraial Disputado entre dois Coronéis,cada
um mais tinhoso que o Outro,divide-se o
Poder,sempre com um querendo ser mais
Importante que o Outro.Coronel Felipe
Pedroso,Filho de uma Família Tradicional
do Arraial,Coronel Francisco Melo,Filho
de uma Outra Família Tradicional da mesma
Região,os dois a Disputar o Comando do
Dito Arraial,uma Quizila sem fim.Os dois
com Residência no Arraial,porém Moravam
mesmo era nas Fazendas que ficavam nos
Arredores,Coronel Felipe Pedroso era dono
da Fazenda Amargosa,uma Bela Fazenda,já
o Coronel Francisco Melo era dono da
Fazenda Cabaceiras Terras a Perder de Vista.
Dos seus Domínios os dois ditavam as Regras
pelas Redondezas,ninguém Ousava fazer com
que os dois tivesse as suas Ordens Contrariada,
tudo tinha que passar por eles,o que falasse
era Ordem,a Ordem de um só não valia para
o Outro,cada um tinha os seus Próprios
Interesses.
Cada um tinha o seu Grupo Político,os seus
Aliados na Província,não se misturava de
jeito nenhum,cada um tinha a sua maneira de
fazer a sua Política.
Certo dia correu a Boca Pequena que o
Coronel Felipe Pedroso iria Trazer um tal de
um Manifesto ao Arraial,ao saber disso o
Coronel Francisco Melo ficou de Alerta,
Colocando os seus Jagunços de Butuca,os
Reuniu dizendo,Quero Botar as Mãos nesse
tal Manifesto!antes que este chegue até as
Mãos do dito Cujo!a Jagunçada ficou de
Orelha em Pé,por outro lado,o Coronel Felipe
Pedroso sé Precatou,Também Reuniu os seus
Jagunços para Acompanhar o tal Bau que
Guardava o tal Manifesto.
Com os Cuidados destinado a um verdadeiro
Tesouro,pois para ele o Conteúdo do dito
Bau tinha o mesmo Valor,pois tratava-se de
Algo que viria mudar para sempre os Rumos
da Política do Arraial.
Eis que Chega o tal Bau tão Esperado com
um forte Esquema de Segurança,sob o
Comando do Destacamento Policial da
Província,indo direto para a Coletoria,adonde
também ficava a Delegacia.No Outro dia este
seria levado para a Fazenda do Coronel
Felipe Pedroso que ficava Algumas Léguas
do Arraial,ao ficar sabendo o Coronel
Francisco Melo Armou um Plano para
Botar as Mãos no tal Bau,Reunindo os seus
Jagunços dizendo,Quero o tal Bau a qualquer
Preço!Traga o até Mim!é uma Ordem!a
Jagunçada preparou então uma Tocaia.10 ou
15 Jagunços partiram Rumo à Fazenda do
Coronel Felipe Pedroso,cada um Armado até
os Dentes,sob o Comando do Famigerado
Jagunço Taturana o mais Valente dentre os
Jagunços do Coronel Francisco Melo,Do
Outro lado,a Jagunçada do Coronel Felipe
Pedroso sob o Comando do Também valente
Jagunço Zoi de Gato,Armou uma Tocaia na
Beira do Riacho do Zabelê.
Depois de muito andar,finalmente chegaram
ao tal Riacho,com o Comando do Valente
Jagunço Taturana,os Jagunços Revirava
Caminho,era 20 mas era os Melhores,tudo
dos Melhores,os Jagunços a Beira dum
Riacho com Mato a Fundo,não era Mato
Ralo,era mato Grosso.
Todos dentro do Riacho,Animais a Beber,
Matando a Sede,Silêncio,mas o Taturana
por ser Jagunço Ladino,Sabido,Faro fino,
Ouvidos Atentos,ouviu Quem-quem cantar,
sinal de Perigo.
Cavalo Cansado,Baixou Boca na Água,a
Água Descendo pela Goela,Escorregando
até o Mazio,matando a Cede,aliviando o
Cansaço,mas Quem-quem insiste,insiste,a
Cantar.
Dum Grito só Bradou,Mãos nas Armas
Cambada!tem Tocaia!no mesmo instante as
Balas Ligeiras,Zunindo no Ar,Balas pra lá,
Balas pra Cá,Cavalos e Cavaleiros a Pular,
no meio do Riacho,vinha Bala de meio o
Mato,o pé de serra Estrondou,Jagunços,a
Vida por um Fio,a Morte a Espreita,passado
o Tiroteio,no meio da Capoeira,Ajuntou se
os Jagunços,faltava um,o Tibério,o mais
Velho de todos,ao subir o Barranco,foi
Alcançado,a Bala Ligeira,Certeira da
Repetição em Baixo da Costela,varou dum
lado pro Outro,Matando na Hora o Matador,
o Jagunço que antes Matava agora foi pego,
voltando para Resgata-lo,o
Encontro,à Beira do Carreiro,o Jagunço,o
Companheiro,o Corpo Caído,Coberto de
Sangue,em meio às Folhas,os Gravetos,o
Jagunço,antes lutador,agora Defunto,Morto
por Morte Matada.
Descendo o Jagunço Taturana Olhou,Olhou,
Indagou um dos Jagunços,morreu?tem
Vida?Resmungou,Morreu!tem Vida não!a
sua Hora Chegou!o Cavalo ao Lado,triste,
Persentindo que tinha perdido o seu
Cavaleiro.
Colocado o Corpo na Sela,Bem amarrado,
Sangue Escorrendo nas Pontas dos Dedos,
fazendo Caminho,a Caminhada Tristonha,
o Silêncio,o Cheiro de Morte,o Acauã deu
o Sinal,o Canto Assombroso,de Morte.
Chegando à Fazenda,os
Jagunços Apearam,levando o Bau até o seu
Dono,a Missão Cumprida.
Comunicado o Ocorrido,a Ordem do Coronel,
Prepare o Funeral!vai ter um Funeral Decente!
Este era Homem de Valor!avisa a Família,diga
que Morreu!não de Morte Morrida!mas de
Morte Matada!que essa Divida vai ser por
mim Cobrada!e Assim seu Moço,sé segue a
Vida,Enquanto que uns Morrem,Outros que
Nascem,é Assim no Sertão,e a Vida que se
Segue,Viver?Viver por aqui é muito Custoso,
tem que ter muito Amor por ela,Afinal,é o
Único Bem que sé Tem e que vale Apenas
Lutar por Ela.Eita Sertão que Quero Bem.Paz
e Bem....
Raimundo Sucupira
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