terça-feira, 11 de junho de 2024

PERNA CURTA


Caro Amigo, Tendo, pois, decidido
empreender a Realização de alguma
coisa, e não estado em condições 
favoráveis para compor obra grande,
de suma importância senti o desejo
de divertir-me fazendo o projeto de
contar as histórias engraçadas que 
ouvi no passado.
Dia desse ao fazer a costumeira
Caminhada no Bairro adonde moro,
passando por uma determinada Rua,
dei de cara com uma cena engraçada,
uma senhora aos Borbotões atrás de
um Peralta, com um chicote em mãos.
 Ao ver aquela cena não foi possível
deixar de voltar no tempo, mais
precisamente no tempo da saudosa
Infância, a mais Bela fase desse meu
longo e penoso Itinerário.
O Peralta passou chispando por mim 
e a senhora atrás com o chicote, vendo
aquela cena lembrei-me de uma
semelhante que passei mais de 50 
anos atrás.
Com 9 para 10 anos por volta de 1968,
tinha um Amigo que sempre estava 
comigo, não desgrudava de mim, este
sempre estava ao meu lado. Tudo que
um fazia o outro também fazia, era 
uma amizade verdadeira, nossos  pais
sabiam disso, quando delegava uma
tarefa valia para os dois. Esse Amigo
atendia pela alcunha de José Carlos,
para os chegados(Zé Perninha)pois o
dito cujo tinha uma perna menor que
a outra, dai o motivo pelo qual este
era chamado de Zé Perninha, por 
conta disso andava Manquitolando.
Meus Pais e os Pais do Zé Perninha
plantava as Roças juntos, pois eles 
eram Amigos Também, um sempre 
ajudava o outro.
Eles plantaram uma Roça de Batatas
em volta da lagoa, as Batateiras estava
uma Beleza só que, a porca de uma
determinada senhora cismou de querer
comer as Ramas das Batateiras. Foi ai
que o pai do Zé Perninha nos delegou
uma missão muito importante, vigiar as
Batateiras para não deixar a porca 
comer.
Lá fomos nós vigiar as Bateiras, como 
todos os  Meninos da época gostava de
pescar, pois Bem, o dia estava Bom, o
tempo estava parado, a lagoa não 
estava maretando, a água estava calma,
tudo parado, uma Beleza para pescar, 
ai o Instinto de pescador falou mais
alto lá fomos nós para a pescaria 
deixando de vigiar as Bateiras. Depois
da Pescaria voltamos pra casa com as
capangas cheia de Piabas, a piaba
frita é uma delicia, prato que se come
Rezando como dizem por essas Bandas
nesse meado envolvido com as piabas
nem lembramos das Batateiras. Só que o 
pai do Zé Perninha não, o dito cujo foi
até a Roça para ver como estava as
coisas para o nosso azar a tal porca foi
na calada da noite e comeu quase toda
as Ramas.
O pai do Zé Perninha voltou pra casa
fula da vida, foi no monturo arrancou
um galho de Fedegoso e se preparou.
Nós dois estava em meio ao terreiro a
jogar Biroscas com as Bolinhas de gude,
o pai do Zé Perninha parou em meio ao
terreiro e Bradou, José Infeliz! venha 
cá! ai não deu outra, o chicote comeu
no lombo do moleque, corre pra lá! 
corre pra cá! grita de lá! grita de cá! e
o chicote descendo.
O Infeliz não podia correr direito por
conta da Perna mais curta que a outra,
por isso apanhou feito Boi ladrão, eu
passei sebo nas canelas e perna pra 
que ter quero.
Pensando que ia passar despercebido,
qual nada a noite quando meu pai
chegou e ficou sabendo o ocorrido foi
a minha vez. No outro dia os dois com
o coro cheio de arranhões teve que ir
vigiar as Batateiras sem Reclamar, isso
durou até o final da Roça. Essa ficou 
como lição, primeiro as tarefas depois
as Brincadeiras, afinal, quem tem tem
medo, Chicote de fedegoso no lombo
não é muito agradável, quem já levou
sabe do que estou falando. De modo
que, para os Peraltas que gostam de
Brincar é Bom sé precatar, quando os
pais mandar fazer algo não deixe de 
fazer, pois o Chicote pode não ser de
fedegoso mas dói do mesmo jeito. Paz
e Bem....

Raimundo Sucupira

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