de Haver Vivido os Melhores
Anos da Minha Vida Neste
Sertão Querido.
Como Costumo Fazer,Sempre
que Posso,Pego os Apetrechos
e Saio por Esses Confins desse
Meu Sertão em Busca de uma
Historia,Dessa vez não poderia
ser Diferente.
Em uma dessas Idas,Eis que
Embrenhei-me Sertão há
Dentro,num lugar Donde Eu
Nunca Tinha Ido Antes,o
Lugar me Era Estranho,
Desconhecido,um Lugar
Muito Bonito,Tratava-se de
um Vale Rodeado por Belas
Montanhas.
Num Determinado Lugar,Eu
Parei o Carro Sobre a Sombra
de um Vistoso Arvoredo,vi
que uma Pequena Estradinha
Levava a uma Casa construída
no Baixio.
Não Tive Duvida,Peguei os
Apetrechos no Carro,e Botei
o Pé na Estradinha,Depois de
uma Boa Caminhada,Cheguei
a uma Pequena Porteira,a
Dita Porteira Era Daquelas
Cujo um dos Morões são
Furado,os Paus Passa Por
Dentro dos Buracos.Da Dita
Porteira Via-se a Casa que não
Ficava Muito Longe,Assim
que Meti a Mão na Dita
Porteira Tive uma Surpresa,
Fui Recebido por um Cachorro
Rajado,que com Muita
Valentia nos Impediu de
Passar.
Olhei para a Casa para Ver se
Via Alguém,de Repente,de
um Pequeno Galpão que ficava
ao Lado da Casa,Saiu um
Velho Senhor.Tratava-se de um
Senhor Franzino,para não dizer
Raquítico,não Muito Alto,pela
Cabeça,o Dito Senhor Chegou
Até a Porteira.
Tratou logo em Seguida de Raiá
com o Rajado,Tratei Logo em
Cumprimenta-lo,Bom dia
Senhor!Respondeu-me,Dias!lhes
Indaguei,Posso Entra para um
Dedinho de Prosa e uma Caneca
D,Água!Disse se Achegue!Raiou
mais uma Vez com o Rajado que
me Olhava meio de Banda.
O Acompanhei Até a Casa,ao
Chegar foi logo Metendo a Mão
na Tramela da Porta,Era Daquela
Dividida ao Meio,se não Quiser
Abrir a Parte de Baixo,pode
Abrir só a Parte de Cima.Ao ver
que no Galpão ao Lado da Casa
Tinha Muitas Tralhas,fui logo
dizendo,Vamos ficar no Galpão
Mesmo!lá fomos Nós para o
Dito Galpão.
Sentamos num Velho Banco de
Peroba,não perdi Tempo,fui
logo Puxando Prosa,lhes
Indaguei há Quanto Tempo
Mora Ali,Respondeu-me Desde
que Nasci!nunca Sai Daqui meu
Filho!Sempre Morei nesse Lugar!
Indaguei se a Distância dos
Vizinhos não Incomodava,disse
não!que a Solidão Era Esquecida
pela Companhia da sua Velha
Companheira,Devido a
Empolgação Tinha Esquecido de
Indagar a sua Graça,ao fazer-lo,
Respondeu-me,José!mais Sou
Conhecido por Gordo!ao
Contrário do seu Físico,pois
Era um Senhor Franzino.Seu Zé!
não Quis lhes Chamar de Gordo,
pois de Gordo não Tinha Nada.
Nesse Lugar já passou por Algum
Aperto?Tirando um Pedaço de
Fumo da Algibeira,Preparei-me
para Enfrentar a Fumaça,ou seja,
Tirou uma Lasca do Fumo
Colocando em Seguida
na Boca,Começando a Mascar.
Olhou para Mim,deu um Sorriso
e Disse,Vou lhe Contar a Historia
da Onça!muitos Anos Atrás aqui
Tinha muita Onça!e das Pintadas!
num Certo dia,Eu Vinha do Araiá
com a Feira que Tinha Feito,ai Eu
Quando Cheguei na Beira do
Mulundu dei de Cara com uma
Medonha!Botei o Saco no Chão!
e Gritei!Minha Nossa Senhora!
as Pernas Tremia!o Coração
Batia Forte!pensei comigo!é hoje
que vou ser Comido!Cachorro
fareja Longe!os Cachorros lá de
Casa Tinha Farejado a Minha
Chegada!Vindo me Encontrar
no Caminho!Ao Chegar os
Cachorros Acuou,a Medonha
Desceu do Mulundu e Entrou
no Carrasco,Subindo a Serra!
Completou,há meu Filho!Quase
fui Parar no Furado da Onça.
Depois de Algumas Cuspidas
Devido ao Fumo que Mascava,
e Algumas Rizadas,vi que o
Sol já Era Alto,Despedir-me do
Velho Senhor com a Promessa
em Voltar para mais um Dedinho
de Prosa Pegando o Caminho de
Volta para Casa.
das Passagens que faço Questão
de vos Contar,Historia essa que
fez Parte da nossa Vida,tudo
a nossa já tão Conturbada Alma...
Raimundo Sucupira
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