quarta-feira, 1 de março de 2023
NO CAMBUTE
Caro Amigo,quando os primeiros Raios
começou a dissipar a escuridão,levantei
juntamente com a Passarada para
Aproveitar o frescor da manhã,fui ao
banheiro para fazer a escovação,vi que
o creme dental estava no seu fina,meti
a mão na gaveta a procura de um creme
dental e dei de cara com um pacote de
Algodão,daqueles que as Mulheres faz
uso para limpar as unhas antes de pintar,
ao ver aquela cena não foi
possível deixar de voltar no tempo,mais
precisamente na Infância.
Não é atoa que as melhores Historias da
nossa Vida aconteceu na Infância,a mais
Bela e encantadora fase da nossa Vida e
que não devemos Esquecer.
Certo dia estava ao quintal as voltas com
os pintos da galinha carijó que a Mamãe
mais gostava,eis que de Repente ouvi um
Alarido,a Mamãe gritava,Raimundo!ô
Raimundo!venha cá!ao ouvi o chamado
da minha Mãe corri para ver do que sé
tratava.
Ao chegar à cozinha recebi a seguinte
ordem,Raimundo!peque o Taioba e vá ao
Cambute na casa do compadre Francino
buscar uma encomenda para mim!para
os que não conhece,o Cambute fica entre
a Jureminha e a Lagoa de Fora,na estrada
que leva ao Povoado da Santana,antes
que eu falasse alguma coisa ela emendou
vá num pé e volte noutro!só deu tempo de
pegar o embornal que ficava pendurado
atrás da porta dentro do dito cujo levava
o meu estilingue de estimação,não saia
sem ele de jeito nenhum,lá fui eu aos
borbotões em direção ao
o quintal buscar o Taioba.Ao chegar ao
quintal dei uma olhada para ver adonde o
Taioba estava,logo notei que o dito cujo
estava em baixo do pé de Juazeiro,avexado
por conta da ordem que tinha recebido tive
que apressar os passos em direção ao dito
Cujo.
Ao ver-me com a corda de caroá em mãos
o Taioba deu um assopro balançando a
Cabeça como sé tivesse prevendo encrenca.
Meti a corda no pescoço do Taioba dizendo,
sé acalma Taioba!temos que ir até o Cambute
busca uma encomenda da Mamãe!e é pra já!
passei a pena no lombo do Taioba o Taioba
saiu aos Trotes,subimos no corredor da velha
Antoninha,piri,piri,piri,atravessamos a
Estrada,entramos no corredor da Madrinha
Maria de Coló,piri,piri,piri,passamos em
frente ao Cancelão da Fazenda Pedrinhas de
Propriedade do Dr.Gabriel ventando,fazendo
poeira,piri,piri,piri,um esticão,passamos em
frente à Casa da Fazendo Jureminha de
Propriedade de seu Tõe da Maquina,piri,piri,
piri,.descemos a ladeira,chegamos no velho
caldeirão,o Taioba ao sentir o cheiro d`água
coreu para o caldeirão,deu uns três goles eu
lhes disse vamos loga Taioba!a Mamãe disse
prá ir num pé e voltar noutro!a corrida
recomeçou,piri,piri,piri,a estrada de areão,um
areão danado,saímos fora,o corredor que da
pra casa de seu Francino,chegamos à Cancela,
a Cancela era daquelas que os Morões são
Furado,os Paus corre por dentro,tive que apear.
Passamos pela Porteira,Piri,piri,piri,chegamos
à Casa,a Casa era de Enchimento,na frente da
casa tinha um vistoso pé de Caraíba,a Caraíba
é uma Madeira muito boa para o cabo da
enxada,dessa vez não fomos recebido pelos
Cholinhos,pois esses estava no roçado com
seu Francino,já fui logo gritando,ô de casa!ô
de casa!a Velha Clemência responde lá de
dentro,ô de Fora!respondi,sá Clemência!é
Raimundo!vim buscar a encomenda da
Mamãe!não demorou a velha saiu na Porta
com um Saco de Algodão,colocou o dito
cujo na beira da porta dizendo entre meu
Filho para tomar uma caneca d`água!disse
não dona Clemência!a Mamãe disse pra vir
num pé e voltar noutro!a velha deu uma
Gaitada dizendo tem nada não!apeei e entrei
na casa,a velha entrou para a cozinha saiu
com um pedaço de raspa dura alvinha,deu-
me comi a metade, a outra fechei na mão,a
velha foi até o pote que ficava numa forquilha
num cando da Sala,pegou a canena d`água,
bebi a caneca de uma levada,agradeci a velha,
Deus lhe pague sá Clemência!Amém meu
Filho!tirei a corda meti a mão com o pedaço
de raspadura na boca do Taioba,que logo
tratou de Mastigar.
Afinal,um companheiro não deixa o outro
na mão muito menos na hora de comer,por
isso guardei a sua parte.
Passei a perna no lombo do Taioba,coloquei
o saco de algodão no pescoço do Bicho e
fizemos o Caminho de Volta,piri,piri,piri,
passamos pela porteira,a estrada de areão.piri,
piri piri,o caldeirão,dessa vez o Taioba não
parou,piri,piri,piri,subimos a ladeira,passamos
em frente à casa da fazenda Jureminha,um
Estirão,piri,piri,piri,passamos em frente ao
Cancelão da fazenda Pedrinha,piri,piri,piri,o
corredor de madrinha Maria de Coló,piri,piri,
piri,atravessamos a estrada,o corredor da
velha Antoninha,piri,piri,piri,ai chegamos em
casa.
Joguei o saco no chão,pulei no terreiro
catei o saco indo direto para a cozinha ter
com a minha Mãe,ao chegar à cozinha com
o saco em mãos,dei de cara com com minha
Mãe as voltas com um Tacho de doce de
Marmelo.
Para os que não conhece,o Marmelo é uma
fruta parecida com a Goiaba,o doce é o mais
gostoso que há nesse Mundo.
Ao ver que eu tinha cumprido a tarefa,ela
foi logo dizendo,Senta Menino!enregou-me
o Tacho e uma colher dizendo,a raspa do
Tacho é toda sua!ai eu fiz a festa,que delicia,
a raspa do tacho,o doce de marmelo,coisa
sem igual.Só quem viveu tudo isso sabe do
que estou a falar,que saudade da minha doce
e saudosa Infância,tempos que não voltam
mais.Eita Sertão que quero Bem....
Raimundo Sucupira
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