NO RABO DA GATA

Caro Amigo,Em Mim não Pode

Haver Fingimento nem 

Dissimulação,e o meu Rosto

Jamais Reflete Sentimento que

me não Esteja no Coração,ou

Seja Verdadeiro.

O meu Conto não será nem 

Premeditado nem Estudado,por

Conseguinte,Haverá nele tão

Somente a Verdade.Dia desse 

sair ao Quintal para Molhar as

Hortas,Quando Estava a Molhar

Algo Chamou-ma Atenção,um

Gato Vermelho em Cima do

Muro.

O Dito Cujo Andando 

Tranquilamente,ao ver Aquela

Cena não foi possível deixar

de Voltar no Tempo,

Precisamente na Saudosa

Infância,como toda Criança 

Tinha um Bichinho de 

Estimação,a Minha Era uma

Gata.

Não Era uma Gata Qualquer,

Era uma Gata muito Especial,

Contar-vos Ei a sua Bela

Historia.

Ainda Criança Juntamente com

a Mamãe fomos á Casa de uma

Rezadeira que Morava na

Redondeza,Eu Andava meio

Jururu,com a Espinhela Caída.

Por Conta disso a Mamãe 

Levou-me para que a dita

Benzedeira passasse-me o

Ramo,dai os Motivos pelo

Qual fomos Até Este Lugar.

Depois da Passada do Ramo,

Querendo Animar-me a Dita

Benzedeira meteu a Mão num

Velho Balaio tirando lá de

Dentro uma Pequenina 

Gatinha Vermelha,dizendo-me

é Sua!Ela vai lhes Acompanhar

para Alegrar a sua Vida.

Com a Inocência de toda

Criança Naquele Momento 

fiquei muito mais Alegre,levei

Comigo Aquele Belo Presente

que Tinha Ganho.

Daquele dia por diante ganhei

a mais Fiel Companheira,ao

chegar em Casa não Desgrudava

da minha pequena Gatinha,

donde Eu ia ela Também ia,uma

Amizade Pura,Verdadeira.Num

Certo dia a Mamãe foi Pilar o

Arroz Eu fui Junto,ao Ver-me 

Sentado ao lado da Mamãe ela

Também foi.

Ao ver os Pintinhos a Catar as

sobras do Arroz a Gatinha foi

Brincar com os Pintinhos,não

deu Outra,a Galinha deu lhes

um Beliscão Arrancando lhes a

Metade de uma Orelha.

Ao Crescer cloquei lhes o 

Nome de Orelhinha,a Gata Era

um Fenômeno,uma Fantástica

Caçadora todos os dias Trazia

me de tudo,Passarinhos,Preás,

Até Cobras,um Detalhe,ela 

Trazia as Caças e colocava em

Cima da Minha Cama.

De vez em quando Eu saia pra

Caçar,a Mamãe dizia,deixe de

Besteira!tu não chega nem

perto do Rabo da Gata!o pior

é que Era Verdade,ela era Bem

Melhor do que Eu.

Todos os dias tinha em cima da

cama uma surpresa,as vezes a

surpresa não era muito Boa,as

vezes era uma cobra criada ou

um Rato.

O fato é que,a minha Amiga

jamais deixou-me sem o devido

presente,sempre trazia-me um,

não importava se o presente era

agradável ou não,o importante

era o presente dado.

A Orelhinha Viveu Muitos 

Anos na Minha Companhia,o

dia em que Partiu,foi o dia mais

Triste da Minha Vida,Fiquei

muitos dias sem Comer,e minha

Mãe Tentando Consolar-me.

Dado que,ao ver Aquela Cena,

Veio-ma a Mente a Lembrança

daquela Estimada Amiguinha

que fez parte da minha Vida e

que nos fez Feliz na Saudosa

Infância,vos Confesso que não 

foi possível Conter as Lagrimas,

Historias da Boa e Saudosa

Infância.Paz e Bem......

 

Raimundo Sucupira