terça-feira, 13 de agosto de 2024

BITU FURADO


 Caro Amigo, Tem coisas nessa vida 
que não se esquece jamais, uma
delas é a sua História, sua Memoria,
de onde você veio, ou seja, a sua
Origem.
Aqueles que não preserva tudo isso
ao partir nada deixará para ser
contado, a tendência é ser esquecido,
com o passar dos tempos ninguém
vai lembrar dos seus feitos. Todos
tem a sua História, algo para que se
possa contar, não se vive nesse
mundo por acaso, todos tem um
passado.
É por pensar assim que faço questão
de preservar e contar a minha, faço
questão de deixar tudo muito Bem
contada, não por vaidade, mas por
Necessidade.
Sou um Saudosista um Homem
que faz questão de preservar a
minha Historia, falar de onde vim,
contar as inúmeras Historias que
ao longo dessa penosa trajetória
nos aconteceu.
Havereis de querer conhecer, 
como eu conheço, inúmeras
Historias como essa que vou 
lhes contar ao longo dessa prosa,
onde quanto menos ciências se
apura, mais Importante fica. Há,
sim, dessa Região, o Sertão, por
este Mundo além.
Um Homem nessas Terras de
Promissão, que nunca se mostrou
lido ou sabido em coisa alguma,
tido e havido é por corrente e
mente no que quer que seja.
Porque a Historia de alguém é a
sua Identidade, um Homem que
não preserva a sua Historia é 
como uma folha seca ao sabor 
do vento que vaga sem Rumo ou
direção.
Tenho, ainda hoje, convicções de
que nessa observância 
persistente esta a importância de
se guardar esse tesouro que é a
nossa Historia.
Dia desse em casa, donde estive
confinado por conta da tal da
pandemia, esse famigerado vírus,
fico pelos cantos esperando o
tempo passar. Num desses
momentos vi alguns vendedores
chegar trazendo um vistoso
colchão, o dito colchão todo 
pomposo cheio de tecnologia,
uma beleza.
Ao ver tudo aquilo não pude
deixar de voltar no tempo, na
minha saudosa Infância, lembro-
bem a Casa antiga donde morava
com meus Pais e os meus Irmãos.
O quarto donde dormia, a cama
de correia, o colchão cujo o
Recheio era da palha do milho, o
Bitu de algodão feito no tear por
minha Vó, e que ganhei como
Presente da Vovó, tudo isso não
sai da Memoria. O Bitu presente 
da minha Vó, não dormia sem ele,
num certo dia ao coloca-lo ao
varal para secar, com a chegada
de uma chuva Repentina a 
Mamãe saiu aos borbotões  para
catar as Roupas no varal. Ao
puxar o meu Amado Bitu abriu
lhes um enorme buraco, tudo
isso deixou-me tristonho, mesmo
assim não abandonei o meu 
velho companheiro.
Nas noites de frio naquela Época
fazia muito frio no mês de Maio,
a Casa era de chão batido, pois o
cimento era só para os Ricos, os
mais Humildes só na Varanda que
tinha o Tijolinho.
Nas noites frias a Mamãe acendia
uma pequena fogueira no meio da
sala para esquentar a Meninada.
Ao ir para a cama nessas noites
frias passava por alguns 
perrengues, pois o frio passava 
pelo buraco, mesmo assim não
largava o meu dileto companheiro.
Hoje em dia as coisas mudaram,
as casas  estão muito mais 
protegida, o tempo esquentou, o
Sertão ficou mais quente, já não
precisa mais dos Bitus, é um tal
de Edredom, coisa chique, coisas
da modernidade, há, os Bitus? isso
virou coisas do passado. Dado que,
como um saudosista, um Homem
que jamais vai esquecer do meu
passado, que preservo a minha
Historia, faço questão de vos contar
essa Historia para que saibam o
quanto tudo isso é importante para
mim, nos trás um certo alento à
tão conturbada Alma. Paz e Bem.....

Raimundo Sucupira

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