SOBRE A SOMBRA DO UMBUZEIRO

Caro Amigo,não foi somente
aos Indivíduos que a
Natureza Terna Mãe
Distribuiu o Feliz dom da
Arte.
Cada Povo,cada Nação,cada
Cidade,Recebeu seu Quinhão.
Tem Homens,que Gabam se
de serem Belos Artistas,são
Magníficos em suas Artes,
Orgulham-se das suas Belas
Artes.
Não há Grande diferença
entre esses Artistas e os que,
por Necessidade,faz uso das
suas Criações em favor da
Sobrevivência.
Dia desse ao vê um certo
Mancebo tentando vender um
pequeno Artesanato,no mesmo
instante veio-me a mente a
Lembrança de um Grande
Artista que vivia em nossa
Terra,seu CAÇULA.
Com 10 para 11 Anos tinha
que fazer os próprios
Brinquedos,só que para
fazer-los tinha que sair a
procura da matéria prima,ou
seja,a Madeira e Pregos.
Saia da Beira da Lagoa donde
morava,passava pela Baixa da
Égua,descia pela Av,Dr.
Nelson Caires de Brito,em
frente á Casa de Dona Elisa
Boneco tinha uma Enorme
Cancela,só se entrava na
Cidade depois que passasse
por ela.
Passando pela Cancela,vinha
a Casa de sá Felismina,ai
vinha a Tenda de seu Caçula,
a Carpintaria ficava nos
fundos da Casa.
Lembro-me bem as idas à
Carpintaria de seu Caçula,
ficava em baixo de um
pé de Umbuzeiro,Vadiando
em sues Galhos uma Colorida
Arara.
Seu Caçula Artista de mão
cheia,Cuidadoso,Atencioso,
formou vários Artistas,em
Paramirim,dentre eles Dôdô
de Curuja,Zé de Ana Rosa,
seu Osmam e tantos outros.
De posse dos pedaços de
madeiras e alguns pregos
que nos dava,saíamos felizes
sonhando com os Carros que
iriamos fazer.
Dado que,diante de tanta
facilidade para se conseguir as
coisas,talvez seja por isso que
os Jovens de hoje em dia não
dão valor ao que se tem,por
não encontrar nenhuma
dificuldade para ter-los.
Ademais,como um Menino
que Cresceu lutando para
construir os Carros,faço
questão de valorizar tudo que
tenho,lembrando de um
chavão que minha Mãe dizia
(Quem não Zela do que tem,
é por que não precisa)isso é
uma Grande Verdade,temos
que valorizar todas as nossas
Conquistas....


Raimundo Sucupira