sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

FURANDO ABELHA


 Caro Amigo,Em Meio a Essa
Pandemia,Estou Aproveitando
ao Maximo o Tempo que me 
tem Sido Propício para colocar
as Ideias em Dia,ou melhor,
Escrever,dar Prosseguimento 
ao Projeto em Trazer de Volta
a Historia Daqueles Baluartes
que Tanto fez por Essa Velha
e Boa Terra.
Pessoas Simples,porem,que
Foram tão Importantes quanto
aos que Estão na Linha de
Frente nos dias de Hoje.Não
Lizaram Bancos de Faculdade,
não Ostentaram um Dr.não foi
da Elite,não Moraram em 
Nenhuma Mansão,não tiveram
Carrões de Luxo,tão somente
Plantaram as Primeiras 
Sementes do Progresso nessa
Terra.
De posse de uma Caneta e de
um Velho Caderno,é uma
Historia Atrás da Outra,Estou
em Plena Forma.
Em Um desses Momentos em
que Folhei as Paginas da
Mente,Lembrei-me de uma
Passagem que Aconteceu-me
lá pelos Idos dos Anos 60.O
Meu Pai Era um Trabalhador
muito Requisitado pela
Redondeza,pois Trabalhava
por dois ou trés,por conta
disso Ele Era muito
Requisitado.
Numa Certa Ocasião ele foi
Requisitado por seu Zezim
Cruz para Roçar as Mangas
no Arraial de Baixo.Pois Bem,
Todos os dias descia  Eu com 
o Balaio de Comida para o
meu Pai no Arraial de
Baixo.
Numa Segunda Feira a Noite,
Antes de Deitar o meu Pai
Chamou-me e disse,Amanhã
Você Irá Comigo
Bem Cedo para o Arraial de
Baixo,que Eu Encontrei uma
Abelha e vou Furar e Você
vai Trazer o Mel!Fiquei muito
Feliz,Ansioso,mal pude 
Esperar o dia Amanhecer,pois
Iria Juntamente com o meu
Pai Furar a Tal Abelha,uma
Aventura e Tanto.
Bem Cedinho,meu Pai pegou
o Saco,a Foice e o Machado,
Colocando os Sobre os
Ombros,Entregou-me a 
Cabaça e Saímos Rumo ao
Arraial de Baixo.Logo na
Descida da Ladeira do Lava
Pé,na Boca do Corredor,dei
de Cara com o Jumento do
Beijo com a Carga de Pinga
Vindo do Alambique do seu
Zé Barbosa.
Eis que de Repente Aparece
o Beijo aos Borbotões com a
Alpercata na Mão,pois a Dita
Cuja Tinha Quebrado o
Focinho,meu Pai logo foi
Dizendo,Bom Dia Major!o
Beijo Respondeu,Bom dia
seu Queno!há Essas Alturas 
o Jumento já ia Subindo a
Ladeira.Apertamos os 
Passos até a dita Manga,
Donde meu Pai Tinha
Encontrado a tal Abelha,meu
Pai Colocou as Tralhas Sobre
a Sombra de um Velho Pé de
Juazeiro,Dizendo-me,fique
Aqui!Eu vou Furar a Abelha
e logo Estarei de Volta com o
Mel.
Não Demorou,logo Escutei
a Pancada do Machado,Pá!
Pá!Pá!,Pá!,Pá!Pá!Pá!,Pá!,Pá!
Logo Depois meu Pai Surgiu
com a Cabaça Cheia de Mel 
e uma Enorme Capa de Mel
em Mãos,Entregou-me a tal
Capa Dizendo,Tome Cuidado
para não Engasgar!
depois de Saborear a Capa do
Mel,de Encher a pança,Bebi
um Coité D`Água,peguei
a Cabaça com o Mel fazendo
o Caminho de Volta.
De modo que,ao Lembrar
dessas Passagens,Confesso
aos Amigos e Amigas,que 
Bateu-me uma Saudade 
Danada Daqueles Tempos,já
não se tem mais Matas,já não
se Vê mais os Enxames de
Abelha a Passar,Quem não
se Lembra das Peladas nos
Campinhos,de vez em quando
ouvia se o Barulho,vinha um
Enxame de Abelha,todos ao
Chão e as Mãos ao Ouvido,
Até que o Enxame Passava.
Hoje já não se Fura mais
Abelhas,Quem Quer um 
Pouco de Mel tem que 
Comprar no Mercado,esse é
o Preço que se Paga pelo tal
Progresso.Dado que,Quem 
Viveu Essa Época,Viveu,quem
não Viveu,não Viverá Mais,só
será Possível nas Lembranças...


Raimundo Sucupira

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