quinta-feira, 21 de abril de 2022

ANDU RAJADO

 

Caro Amigo,O Meu Conto não
Será nem Premeditado nem
Estudado,por Conseguinte,
Haverá nele menor Número de
Mentiras,só a Verdade,a mais
Pura Verdade.
Quem já foi um Desportista 
não perde o Costume,Vive 
Sempre a Praticar,Mesmo
Agora Depois dos 50 Segue na
Ativa,Mesmo com as 
Limitações pois com a Coluna
Fraturada Esta Teima em 
Castigar-me.
Para não ficar Entrevado,ou
melhor,Inválido,faço as 
Pequenas Caminhadas,ao cair
da Noite nas Redondezas do
Bairro donde Moro.Numa das
Caminhadas Passei por uma 
Rua que fica nos Fundos do
Clube Seniores ao passar em
frente a uma Casa vi um Belo
Pé de Andu.
Cheguei mais perto para 
Observar Melhor Qual não foi
a Minha Surpresa,?o Dito pé de
Andu Era um Velho Conhecido
meu,já Tinha Visto Antes,ou
seja,na Minha Saudosa e Bela
Infância.
Contar-vos,Ei essa Bela 
Lembrança,Ainda Criança na
Casa Antiga Donde Morava na
Beira da Lagoa a Minha Mãe
Costumava Plantar Algumas
Plantas ao Monturo,uma delas
Era o Andu.
Lembro-me Bem como se 
fosse Hoje,a Semente que Ela
Plantava,o Andu da Baje
Rajada.No Monturo o Pé 
Crescia Tanto que Eu e o meu
Estimado Amigo Cachimbinho
Subia nos Pés do Andu para
Brincar,Quando a Mamãe via
nos Passava uma Carraspana.
Quando Chegava a Época da
Florada os Pés Ficavam todo
Coberto de Flores Amarela,
Uma Beleza de se Vê.
Quando estava Maduro,ou
seja,Bom para Colher Mamãe
Enchia uma Gamela Grande
e nos Colocava para Debulhar,
tinha duas coisas,a que Eu não
Gostava e a que Gostava,a que
Eu não Gostava,Debulhar,é
que os Dedos ficava cheio de
Cerol,a que Eu Gostava a Farofa
do Andu que a Mamãe Fazia.
Quando vi Aquele Pé de Andu
Amarelinho de Flores,Algumas 
Bajes,não foi Possível deixar 
de Voltar no Tempo,foi deveras
a Emoção.
Tudo passou na Mente como
se fosse um Filme,a Casa Antiga
donde Morava,os Pés de Andu,
as Brincadeiras com o Estimado
Amigo Cachimbinho,as 
Carraspanas que a Mamãe nos
Passava,em fim,a Saudosa
Infância.
Depois Daquela Cena,prosseguir
a minha Caminhada de Volta pra
Casa,ao Chegar em Casa,depois
de Tomar um Banho,Dirigi-me à
Mesinha que tenho na Alcova e
Escrevi essa Crônica para vos
Relatar Tamanha Ventura.Passado
mais de 55 Anos,vi o Quanto o
Tempo Passou,a Casa Antiga,os 
Pés de Andu,o Estimado Amigo
Cachimbinho,a Mamãe,todos se
Foram,Restando-me tão Somente
a Saudade e as Lembranças.
Dado que,peço aos que 
porventura,Achem 
Demasiadamente Insignificante 
o Assunto,Mas é a Minha 
Historia,faz parte da Minha Vida,
a Vida é Mesmo Assim,cada um
tem a sua Historia,Feliz daqueles
que tem uma Historia para
Contar.Paz e Bem....

Raimundo Sucupira

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