quinta-feira, 7 de abril de 2022

GALINHA CHOCA


 Caro Amigo,A Infância a
Mais Bela Fase da Vida,o
Momento em que se é
Feliz de Verdade,Mas que
às vezes só nos Damos conta
disso Quando tudo isso
fica para Trás.
Quando Somos Acometido
pela Famigerada Melancolia,
ai não tem Jeito,pois o
Tempo não Espera ele tende
a Passar.Num Certo
Dia Minha Mãe saiu Rumo
 à uma Localidade chamada
Jureminha para Buscar um
Balaio de Algodão na Casa
da sua Comadre Izaltina
Esposa do seu Valentim,um
Vaqueiro da Redondeza.
O dito Vaqueiro Era o Maior
da Redondeza,Afamado por
sua Competência,Sempre
Requisitado,Raramente 
Ficava sem Lidar com o
Gado.
Como todo Caçula só
Andava Seguro na Barra da
Saia da Mãe,ou seja,não
Desgrudava da Mamãe.
Assim que a Mamãe pegou
o Xale Jogou ao Ombro
colocando o Balaio sobre a
Cabeça Eu já Estava Pronto
para Partir.
Uma Boa Caminhada,pois
da Beira da Lagoa Donde
Morava Até a Jureminha não
Era Menos que Quatro ou
Cinco Léguas,uma Boa
Caminhada.No Entanto,para
um Peralta tudo isso não
passava de uma Grande
Aventura,coisa que Agente
Tirava de Letra.
Mamãe na Frente Eu Atrás,
Trotando é Claro,pois a
Mamãe Andava Ligeiro,pro
meu Azar lá pelas Bandas 
da Pedra do Mocó vinha 
Vindo uma Chuva,ai a
Mamãe Apertou os Passos.
Depois de uma Longa e 
penosa Caminhada eis que
Chegamos a Jureminha,à
Casa de Dona Izaltina ficava
Dentro de uma Manga.
Para Chegar Até á Casa 
Tinha que passas pela 
Porteira,a Dita Porteira Era
daquelas feita de Lasca,
fazendo um S passamos
pela dita Porteira Descendo 
Rumo à Casa.
Lembro-me como se fosse
Hoje,a Casa Era de 
Enchimento,nos Fundos
Tinha um Pé de Moreira o
Dito Cujo Arrodeado por
uma Moita de Macambira.
Antes de chegar ao Terreiro
fomos Recebido pelo Rajado
que Atendia pela Alcunha de
Peri,Este não nos Estranhou
pois já conhecia a Mamãe.
Ao chegar ao Terreiro a
Mamãe Gritou,Cumad!ô
Cumad!Respondeu lá de 
Dentro,Entra Cumad!a
Mamãe tirou o Balaio da
Cabeça Encostando num
Pilão que se Encontrava na
Beira da Parede.
Malino como todo Peralta,
não Acompanhei a Mamãe,
Arrodeei a Casa,indo de
Encontro a Moita de 
Macambira em volta do pé
de Moreira.
Atraído pela Beleza dos
Pendões que a Macambira
Soltava um Vermelho muito
Vivo,uma Bela Flor.
O que Eu não Sabia Era o
que Tinha na Dita Moita,na
Dita Moita Tinha um Ninho
de Galinha,uma Galinha
Carijó,a Dita Cuja Estava
Choca.
Ao dar de cara com a Dita
Cuja não deu Outra,a
Galinha partiu para Cima de
Mim,foi uma Bramura dos
Diabos,Corre dali,corre 
dacolá,Pega dali,pega dacolá,
Acode dali,acode dacolá,pra
tirar a Galinha de Cima de
Mim foi Duro.
Por fim,Salvo de tão Feroz 
Ataque,todo cheio de
Arranhões a Velha pegou 
uma Pequena Garrafa que
Estava pendurada num 
Torno a Dita Cuja Continha
Cânfora,passando nos
Arranhões,ai que Eu Gritei.
Ainda Fungando,meio
Jururu,de posse de um Bom
pedaço de Requeijão que a
Velha me deu,de olho na
Porta ainda com medo da
Lazarenta Galinha e das suas
Bicadas.
Depois dessa Fatídica
Aventura voltei para Casa 
com o Coro Quente,tendo
que Ouvi a Carraspana da
Mamãe,Esta Dizia-me,isso
é para tu Aprender a não ser
Curioso!da Próxima vez 
não meta o Nariz donde não
for Chamado!de modo que,
é por essas e Outras que não
me Meto em Certas Quizilas,
prefiro ficar na Minha.
Essa foi mais uma das
Inúmeras Passagens que nos
Aconteceu no Passado e que
faço Questão de Vos Contar,
isso nos Trás um Certo 
Alento a Alma.Paz e Bem.....

Raimundo Sucupira

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