sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A PROCURA

eu estava avaliando
meu passado,
vendo o que tinha
ganho.
se soubesse não tinha
jogado,
diante dessa gente
sou um estranho.
falo uma lingua que
não falam,
procuro uma estrela
que não brilha.
canto um canto que
não cantam,
nessa selva procuro
uma trilha.
queria ouvir a musica
do vento,
amar e ser amado.
falar de paz não de
lamento,
sonhar um sonho que
não foi sonhado.
procuro um pouco de
ternura,
luto por uma paz tão
esquecida.
nessa guerra continuo
minha procura,
encontrarei um deus
senhor da vida.


por Raimundo Sucupira

UMBUZEIRO

lembro-me da sombra
do umbuzeiro,
o balanço com corda
de caroá,
onde eu brincava o dia
inteiro,
balançava pra lá e prá
cá.
de vez em quando
quebrava,
o moleque rolava na
poeira.
da queda se levantava,
era mais forte que um
pau pereira.
não tinha nenhuma
maldade,
não preocupava com
nada.
tudo era felicidade,
como era feliz
a meninada.
o coração fica apertado,
acabou a minha
infancia.
sinto-me como um
coitado,
nesse mundo sem
importancia.



por Raimundo Sucupira

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

COÇA

quando a morte inevitável
chegar,
lhe darei uma coça.
ela que se atreva a me
chamar,
com a vida não há quem
possa.
vai ser uma longa
batalha,
de quem veio buscar.
cortando como uma
navalha,
e a vontade de quem quer
ficar.
quanto ao tempo que
passa,
não há nada a fazer.
é como o caçador e a
caça,
lutando prá sobriver.
só deixarei esse mundo,
quando o velho coração.
não tiver mais conteúdo,
ou sentir mais emoção.



por Raimundo Sucupira

ENTENDIMENTO

nem tudo nesse mundo
se compra,
nem tão pouco se
vende.
dois amores quando se
encontra,
com certeza se entende.
permita-me que vos
fale,
desse nobre sentimento.
não tem nada que
atrapalhe,
nem mesmo o sofrimento.
por isso que vos
digo,
sem medo de errar.
o amor mora comigo,
meu destino é amar.
dessa vida não levamos
nada,
tão somente a boa ação.
aconselho ao camarada,
a ouvir seu coração.


po Raimundo Sucupira

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

FAROFA DE CARIRU

alpercatas de coro
cru,
naquele tempo era
moda.
o povo comia farofa
de cariru,
cantando samba de
roda.
curtia a noite inteira,
e não fazia confusão.
quando era segunda
feira,
pegava na foice e no
facão.
hoje em dia a coisa
mudou,
não existe mais
respeito.
o povo se revoltou,
pouca gente anda
direito.
a tal da vaidade,
é um beco sem
saida.
só nos resta a saudade,
daquela doce vida.


por Raimundo Sucupira

A DESCONHECIDA

eu estava tranquilo no
meu canto,
pensativo num lugar
qualquer.
depois surgiu como
encanto,
diante de mim uma
linda mulher.
ela deu um longo
sorriso,
um sorriso encantador.
senti como adão no
paraiso,
com o coração cheio
de amor.
fiquei apaixonado.
queria sentir seu
beijo,
toca aquele corpo tão
desejado.
naquele momento mata
meu desejo,
quando toquei aquela
rosa,
não sei o que aconteceu.
aquela mulher tão
misteriosa,
como se fosse encantada
desapareceu.


por Raimundo Sucupira

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

PILÃO

lembro de minha mãe
ao pilão,
as galinhas em volta
catando.
eu abrindo biroscas no
chão,
meu pai no monturo
capinando.
tempos que não voltam
mais,
é muito grande a
saudade.
brincadeiras com pedras
de cristais,
as voltas de carretilhas
pela cidade.
o mundo não é mais o
mesmo,
tudo mudou para mim.
caminho á esmo,
sinto-me perto do fim.
apego ao que vem
pela mente,
como se fosse uma
criança.
lembro de tudo
claramente,
resta-me brincar com
a lembrança.



por Raimundo Sucupira

A SECA

no sertão não quer
chover,
é muito grave a
situação.
muita gente vai
sofrer,
com essa sequidão.
o sertanejo é
forte,
não vai se esconder.
essa gente do
norte,
só desiste se vai
morrer.
o sertanejo é um
bravo,
lutando sem parar.
sofrendo como um
escravo,
mas não para de
lutar.
peço a deus que nos
ajude,
a vencer essa
guerra.
não sei como pode,
sofrer tanto na terra.


por Raimundo Sucupira

METAL

a inveja corta como
um cutelo,
a honra tem pouco
valor.
quem tem o metal
amarelo,
é tratado como
doutor.
não tenho paz em
nenhum instante,
é maldade de dar
medo.
trata-me como um
meliante,
condenaram-me ao
degredo.
chegou a hora da
luta,
o bicho vai pegar.
vou entrar nessa
disputa,
ninguem vai me
segurar.
um homem que tem
vergonha,
não mancha sua
moral.
numa luta não se
acanha,
nem diante de um
punhal.


por Raimundo.Sucupira

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CAIS

um menino é a verdade
com o corpo miúdo,
a beleza com o rosto
sujo.
a sabedoria acima de
tudo,
a esperança de um
marujo.
que sentado a beira da
praia,
contempla a beleza do
mar.
enquanto uma bela
arraia,
desfila pelo lugar.
os olhos brilham como
a luz,
sem preocupação.
a alegria o conduz,
como uma bela canção.
que saudade daquele
momento,
tempo que não volta
mais.
resta-me o lamento,
sentado a beira do cais.



por Raimundo Sucupira

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PULMÃO VERDE

na verdade o que
mudou,
foi o próprio ser
humano.
a floresta ele rasgou,
como se fosse um
pano.
ninguém pode mais
respirar,
sem sentir poluição.
um dia nós vamos
acabar,
simplesmente como
carvão.
vamos defender o
verde,
antes que ele tomba.
o bom censo nos
pede,
que ninguém mais
solte bomba.
a mãe natureza
agradece,
e nos manda um
recado.
esse pulmão verde
merece,
por todos ser cuidado.



por Raimundo Sucupira

RIO PARAMIRIM

corre para o velho
chico,
meu amado rio
paramirim.
es belo e rico,
es tudo para mim.
sua água cristalina,
vai correndo de
mansinho.
banhando toda a
colina,
vai seguindo seu
caminho.
vai cortando o sertão,
também a cidade.
um sinal de união,
em torno da igualdade.
é grande a sua valia,
não da prá comparar.
todos usam a revelia,
ninguém pode negar.



por Raimundo Sucupira

ARTISTAS DA FLORESTA

a missão de um beija
flor,
é voar de galho em
galho.
em busca de um sabor,
esse é o seu trabalho.
ele é um pássaro
belo,
um verdadeiro artista.
entre eles existe um
elo,
que logo nos conquista.
andando pela floresta,
você vai os encontrar.
os poucos que ainda
resta,
vai lhes encantar.
é preciso ter cuidado,
com a mãe natureza.
pra não ser condenado,
a viver sem essa beleza.



por Raimundo Sucupira

TEMPO

eis que não tenho nada
de meu,
tão somente a vida.
o tempo a min deu,
simplesmente pra ser
vivida.
quanto ao resto nada
sei,
não cabe a mim
explicar.
esse sonho ainda não
sonhei,
talvez um dia possa
sonhar.
direi o que a min vem,
por via do coração.
não escondo nada a
ninguém,
ando sobre a luz da
razão.
não sei até onde vou,
se o fim está perto.
caminhando pela vida
estou,
com o resto não aperto.



por Raimundo Sucupira

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

CASA DE BARRO

lagartixa vadiando na
parede,
chocolateira de café
no fogão.
matuto espalhado na
rede,
sinhá maria as voltas
com o pilão.
pássaro preto cantando
no umbuzeiro,
vaca magra espiando
na porteira.
galinha cacarejando no
poleiro,
arroz secando na
peneira.
menino amarrando o
bodoque,
capanga de pedras
redonda.
menina moça cheia de
não me toque,
espantada com o canto
da araponga.
esse é mais um dia no
meu sertão,
de uma beleza sem
igual.
essa terra mora em
meu coração,
merece ser protegida
como cristal.


por Raimundo Sucupira

MÃE PRETA

eis que vos farei uma
narrativa,
sobre a mãe de peito.
mais precisamente da
mulher cativa,
quando paria seu filho
preto.
pra casa grande se
mudava,
a mando do seu senhor.
nem o resguardo ela
guardava,
era tamanha sua dor.
criava os filhos do
patrão,
forte como um touro.
o seu comia feijão,
seu leite valia ouro.
bendita es tu ó rainha
preta,
para sempre reinara.
esse laço que nos
estreita,
em minha memoria
ficara.


por Raimundo Sucupira

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

GENTE MIUDA

o homem já foi a
lua,
fez isso e muito
mais
tirar criança da
rua,
isso jamais
tanta criança sem
um futuro,
precisando de um
lar
vivendo atraz do
muro,
sem poder entrar
a sociedade não
importa,
com essa gente
miuda
não existe uma
resposta,
pra essa atitude
absurda
não sei o que será,
dessa triste sociedade
em breve levará,
a nossa liberdade.


por Raimundo Sucupira

TRECHO

o sertão já ficou
verde,
com a chuva que
caiu
ninguem mais passa
sêde,
a seca já partiu
a alegria vlotou a
tona,
nesse sertão sofrido
acabou a maratona,
mais um trecho
percorrido
para aqueles que
ficou,
foi uma linda
vitoria
para os covardes que
desertou,
fica apenas a vitoria
essa terra é dos
bravos,
os covardes não tem
vez
mãos cheias de
cravos,
não asenta num burguês.



por Raimundo Sucupira

SINFONIA

as flores do meu
sertão,
nessa epoca tem
mais vida
ela cobre todo o
chão,
fazendo a terra mais
florida
o ar fica mais
puro,
é tamanha a beleza
até no escuro,
fica bela a natureza
os passaros contam
mais,
nenhum fica calado
a sinfonia dos pardais,
nessa epoca é notado
nesse belo pé de
serra,
ninguém fica mudo
não deixo esse pé de
serra,
por nada desse mundo.



por Raimundo Sucupira

GARGANTA

uma mata sem os
animais,
é uma casa sem
criança.
a alegria não existe
mais,
já perdeu a esperança
é uma garganta
estreita,
engolindo sem
calma
vagando pelo planeta,
mais um corpo sem
alma
vão passando apresado,
buscando o tal
progresso
já esta condenado a
esse processo.


por Raimundo Sucupira

RAZÃO

eu vos falo claramente,
que deus me livre e
guarde
não sou um homem
valente,
muito menos um
covarde
ando sobre a luz da
razão,
não faço nada em
segredo
sempre ajudei a
revoluçao,
da luta não tenho
medo
só falo o que penso,
luto com garra por
meu direito
uso sempre o bom
senso,
em tudo que tenho
feito
eu quero deixar o
exemplo,
prá todos que me
conhece
jesus cristo é o
templo,
onde habita o que
padece.



por Raimundo Sucupira

DINHEIRO

o dinheiro compra
tudo,
só não compra uma
vida
ela é um poço sem
fundo,
que não contem
saida
quando é chegada a
hora,
não importa a
posição
seja homem ou
senhora,
empregado ou pratão
não importa sé é
doutor,
ou um pobre coitado
ele tem o mesmo
valor,
na hora que for
julgado
nós temos que curtir,
as belas coisas da
vida
um dia nós vamos
partir,
que seja bem vivida.


por Raimundo Sucupira

BAHIA DE TODOS OS SANTOS

Bahia de todos os
santos,
terra de muitos
valores
bahia de muitos
encantos,
imaginaçao de muitos
cantores,
Bahia do senhor do
bomfim,
terra que eu quero
bem
viverei um amor sem
fim,
como você outra terra
não tem
Bahia de verde mares,
Bahia de grande
sertão
Bahia de lindas mulheres,
terra que disperta
paixão
Bahia meu grande
estadão,
es tudo que eu queria
entrego a te meu
coração,
te amo muito Bahia.


por Raimundo Sucupira

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

HORA MARCADA

HORA MARCADA
o vento vai nos tocar,
a mais bela cançao
vamos juntos caminhar,
para uma nova direçao
esse sonho é possivel,
basta você querer
a paz tao impossivel,
um dia nós vamos ter
eis que a vida nos chama,
para uma nova jornada
esse novo programa,
já tem hora marcada.


por Raimundo Sucupira

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

CACHOEIRA DO RIACHO DO CATUABA

Depois de uma bela trilha, você pode se refrescar nas àguas do RIACHO DO CATUABA.Alem de apreciar de uma bela paisagem.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

DESTINO

Um velho chamado

Coelho,

Tendo nas costas um

Gibão,

Calça rasgada no

Joelho,

Camisa quase sem

Botão,

Semblante de um homem

Vivido,

Carrega anos na

Cacunda,

Por muitos quase

Esquecido,

No peito uma magoa

Profunda,

Na vida não juntou

Nada,

Tão somente a dor,

Muitas batalhas

Travadas,

Pra solidão lhe impor,

O fim já está chegando,

Nada mais o importa,

O ciclo já esta se fechando,

Deus escreve certo por linhas

Tortas.

Pedra da Santana, um excelente ponto turistico da nossa querida Paramirim

SER OU NÃO SER

O HOMEM é aquilo que deseja ser,
na medida em que pratica o bem
torna-se a imagem e semelhança
de DEUS.
quando pratica o mal ele é nada mais
nada menos que uma besta.

Raimundo Sucupira
 
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